Mulheres na estrada. Os desafios que elas carregam no dia a dia

publicado em 8 de março de 2023
Mulheres na estrada. Os desafios que elas carregam no dia a dia

Segundo estimativa levantada em 2021, pela Confederação Nacional do Transporte – CNT, as mulheres representam 0,5% do total de motoristas de caminhão do Brasil. Esse número ainda está longe de representar equidade em um mercado predominantemente masculino.

Outro dado importante é o da Secretaria Nacional de Trânsito, que revelou que o país possuía até 2021 cerca de 4,39 milhões de Carteiras Nacionais de Habilitação para veículos pesados, das quais apenas 2,81% eram de mulheres.

Se cruzarmos esses dados, chegamos a uma análise interessante: a de que o mercado dos transportes de cargas pesadas não absorve nem 20% das mulheres habilitadas para dirigir caminhões. Ou seja, mesmo com carteira, elas não são preferência na contratação.

As mulheres em nossa sociedade carregam, ao longo da história, o peso das diferenças salariais, do preconceito, do machismo e da responsabilidade com o lar. Na estrada não é diferente, já que muitas caminhoneiras reclamam de assédio e discriminação pelo simples fato de serem mulheres.

A disparidade entre homens e mulheres ainda é grande. Entretanto, é preciso ressaltar que, entre 2019 e 2020, houve aumento significativo na contratação de mulheres para o volante das cargas pesadas.

Outro dado relevante é que a falta de motoristas de caminhão vem assolando o mundo todo. A solução de muitas empresas para suprir essa escassez de mão de obra seria a contratação de mais mulheres.

No entanto, não é apenas a falta de caminhoneiros que motiva a opção por elas: mulheres sofrem menos acidentes na estrada. Esse levantamento foi divulgado pela Federal Motor Carrier Administration (EUA), que relatou apenas 95 mortes de caminhoneiras nos Estados Unidos, que se envolveram em acidentes com caminhão, em um total de 3.883 ocorrências fatais. Apenas 2% das mortes eram mulheres. Então, a segurança é um fator decisório ao se optar por mulheres ao volante.

A profissão de caminhoneira precisa ainda ser melhor reconhecida e valorizada. Elas ajudam a movimentar nossa economia e escoar nossas riquezas. Precisamos superar a discriminação se quisermos, de fato, avançar enquanto sociedade.

Abaixo confira o quadro com a taxa de crescimento das caminhoneiras nas Américas:

– EUA: 13,7% das carteiras de habilitação são para mulheres. Fonte: Woman in Trucking – 2022.

– Canadá: 3,5% das carteiras de habilitação são para mulheres. Fonte: Trucking HR Canada – 2021.

– Brasil: 2,81% das carteiras de habilitação são para mulheres. Fonte: IBGE – 2022.

– México: 2,4% das carteiras de habilitação são para mulheres. Fonte: IRU – 2021.

– Peru: 2,06% das carteiras de habilitação são para mulheres. Fonte: Ministerio de Transportes y Comunicaciones – 2020.

– Chile: 1,83% das carteiras de habilitação são para mulheres. Fonte: Ministerio de Transportes y Telecomunicaciones – 2019.

– Argentina: 1% das carteiras de habilitação são para mulheres. Fonte: Fadeeac/ Scania – 2022.

A Strada, representada por Tip Bank e Carguero, apoiam as mulheres na estrada e parabenizam por toda dedicação, força e coragem!